terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pensei muito sobre o que escrever neste primeiro post. Sou novata no mundo dos musicais, conheço alguns dos mais conhecidos, muitos dos quais tive contato na infância como “A Canção do Sul”, “A Noviça Rebelde”, “Mary Poppins”, “Flash Dance”, “Grease” entre outros. Ficava matutando aqui comigo: “- Vamos lá Jess, pense em algo... Jess? Jazz... All That Jazz!”.



"It's show time folks!"


Com esta frase, nos é apresentado logo no inicio do filme o protagonista Joe Gideon (Roy Scheider), um renomado coreógrafo e cineasta que vive intensamente todos os aspectos de uma vida, e morte, no mundo do Show Bizz.

Gideon vive uma vida regada a muito álcool, sexo, anfetaminas e cigarros e tem sua atenção disputada por quatro mulheres: sua ex-esposa, sua filha, sua namorada e a morte.  A rotina intensa de trabalho e diversão o leva a exaustão e a um enfarte. Intercalando diálogos com a morte e cenas espetacularizadas de sua própria vida, Fosse nos faz refletir sobre a industria do entretenimento e a forma com que lidamos com ela.  



A mistura das noções de vida e espetáculo ganharam força nas ultimas décadas de filmes recentes como Show de Trumman e A hora do show até os reality shows e a internet, a espetacularização da vida privada é cada vez mais freqüente na era da imagem.

Mas na minha opinião nenhum outro cineasta trabalhou tão obsessivamente a perda de noções e fronteiras entre vida e espetáculo quanto Fosse.

O filme é inspirado na vida do próprio diretor Bob Fosse - dançarino, coreógrafo e cineasta que se destacou no mundo dos musicais por suas coreografias de jazz intensas e sensuais.


Bob Fosse nasceu em Chicago e morreu aos 60 anos instantes antes das cortinas se abrirem para Sweet Charity.

Peças
Damn Yankees (1955)
New Girl in Town (1957)
Redhead (1959) (diretor e coreógrafo)
How to Succeed in Business without Really Trying (1961)
Little Me (1962) (diretor e coreógrafo)
Sweet Charity (1966) (diretor e coreógrafo)
Pippin (1972) (diretor e coreógrafo)
Chicago (1975) (diretor e coreógrafo)
Dancin' (1977) (diretor e coreógrafo)
Big Deal (1986)

Filmes
Sweet Charity (1969)
Cabaret (1972)
Liza with a Z (1972)
Lenny (1974)
The Little Prince (1974)
All That Jazz (1979)
Star 80 (1983)

Espero que tenham gostado!

postado por Jezz

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

It's coming! Now? The baby's coming! And How!

I see a nose...
I see a curl ...
It's a healthy perfect lovely litle...

LOOK, IS JESSICA!

Nossa querida Jessica Salles tem acompanhado nossos devaneios musicais desde 2008 e a partir da segunda quinzena de outubro a profecia se tornará realidade: nosso monstro ganhará vida.

Jess não apenas nos acompanhou, mas nos ultrapassou, nos instigou e nos provocou para que continuássemos cada vez mais perturbados por esse incrível mundo dos Musicais.

Uma vez que ela é totalmente Born in a Trunk, nada mais justo e obrigatório que faça parte de nossas postagens neste blog. Jess dividirá com o Will as atualidades e comentará os musicais contemporâneos no Cinema. Eu continuarei (quando me deixarem) escrevendo sobre a História do gênero.

E para comemorar esse acontecimento, nada melhor do que olhar por 30 minutos nosso site preferido:

http://www.earthcam.com/usa/newyork/timessquare/?cam=lennon_hd


Bem-vinda, Jess!

domingo, 26 de setembro de 2010

"Something has changed within me, Something is not the same..."

Nosso primeiro contato com Wicked foi através do seriado Glee, que um dia vai ganhar um post especial por aqui.  Foi no episódio que o Kurt canta Defying Gravity. Daí foi um pulo para o youtube e descobrir a Idina Menzel, cantando a mesma música na entrega do Tony Awards. Fuçando, descobrimos então o Wicked!

Pronto...nós iríamos começar a atormentar a vida das pessoas que nos cercam falando o quanto Wicked é legal, o quanto as músicas são fantásticas, a ponto de transformar esse fanatismo em blog, tatuar motivos da peça pelo corpo e cantar alto a músicas no carro assustando pedestres desavisados pelas ruas paulistanas.
Logo em seguida eu ganhei de aniversário da Fer o Cd da trilha sonora...eu estava indo para a casa da minha mãe no interior. Não deu tempo de baixar as músicas para o meu Ipod - pânico - resultado: eu de fone o tempo inteiro lá em Paraguaçu, colado no rádio, ouvindo os berros da minha mãe: “Mas que infeeeerno, você nunca vem pra cá...quando vem fica ai, com esse fone!!”
Calma mãe!
Eu fiz aqui uma seleção das músicas que mais gosto, para facilitar. Quem sabe minha mãe entra aqui, e me entende...So let’s go!
Acho “No one Mourns the Wicked” fantástica! É a primeira canção. Mostra o ódio dos moradores de Oz em relação a Elphaba, e o desdém ao saber que ela esta morta. Ninguém irá chorar sua morte solitária:



Popular é a canção através da qual Glinda, com seu jeito pouco convencional...tenta ensinar a Elphaba ser...popular. É hilário! Aqui, a versão clássica Kristin Chenoweth e Idina Menzel, que fizeram a dupla no primeiro elenco da Broadway:

Defying Gravity é a nossa preferida! É o ponto de virada da Elphaba. Basicamente...ela cansou de ser feita de idiota, e decide tomar as rédeas da situação. “E ninguém, em toda Oz, nenhum mágico que existe ou existiu, vai um dia me destruir” (tradução livre...). Para quem participa de eventos conosco, se tiver sorte, assistirá nossa versão. Quem viu, aprovou – considero gargalhadas, algo positivo ok?

Em Good Deed Fiyero é levado pelos guardas do Mágico de Oz. Eplhaba em desespero procura um feitiço que o possa proteger, mesmo sem saber o que esta lendo. Segue a versão com a Eden Espinosa. É de arrepiar!

E para fechar, For Good. É o último encontro entre Glinda  e Elphaba. Particularmente essa música tem muitos signifcados para mim. Muito mais do que falar sobre amor/amizade, ela discorre sobre como nossa vida pode ser mudada e reescrita pelas mãos das pessoas que passam por ela...ah, é lindo vai! Achei um cover muito bem feito. Vale espiar:


Ficou um pouquinho curioso? Que bom! Tem muitas outras músicas lindas, e muitas outras Elphabas e Glindas para explorar. Mãos a obra!
Vai Fer, agora é com você!

Até!

Postado por Wilson Jr.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Willcked! Entendendo a saga da nossa bruxa verde!


Wicked & Will
Rejeição e não afeto.  Preconceito e não compreensão.  Injustiça embalada pelo silêncio coletivo.  Sentimento de inferioridade e o peso do desprezo. Mentiras e rivalidades. Nós nascemos loucos ou a loucura nos é implantada pelo ambiente que nos cerca? Nossa querida Elphaba é muito mais que uma bruxa má e verde. Ela é nosso grito que não fica preso. Ela é o grito que sai em forma de música.
Tudo começou quando o escritor Gregory Maguire escreveu o livro Wicked – Life And Times Of The Wicked Witch of The West, em 1995. Através dele, o autor tenta explicar como a famosa bruxa má do Oeste (aquela do Mágico de Oz, sabe? “I’m melting, meeelting!”)  se tornou má. Parece bobo falando assim...mas ele foi genial! Com base no já conhecido universo de Oz de L. Frank Baum, ele traça toda história da Elphaba dando a ela densidade dramática. Há também uma crítica contundente à conquista do poder político a qualquer custo, representado na figura do Mágico de Oz.
Resumidamente: A Elphaba nasce verde e é rejeitada desde o início. Os estudos tornam-se para ela um refúgio. Ao completar dezoito anos, ela consegue realizar o sonho de ir para Universidade de Shiz. Ao chegar lá, além de sentir o racismo de todos...ainda é obrigada a dividir o quarto com a Glinda – loira e popular, seu extremo oposto.
Ao perceber o talento da Elphaba para a arte da magia, Madame Morrible, diretora da universidade, a leva para conhecer o Mágico de Oz. Neste meio tempo, ela e Glinda se tornam amigas e ambas apaixonam-se por Fiyero. Ao encontrar o mágico, Elphaba percebe que foi usada. Fazendo-a ler um feitiço que não conhecia, ela cria contra sua vontade, um exército de macacos voadores. Aí é ladeira abaixo!
Ela surta e fica “Wicked”! Há ai um forte mote político, pois o Mágico de Oz é uma espécie de líder de um movimento que pretende exterminar os Animais (assim, com letra maiúscula) do convívio social. Os Animais são seres dotados de inteligência humana, mas são antropozoomórficos (Ui! Seres que na sua forma misturam características humanas e animais).
A Elphaba se torna uma espécie de insurgente. O Mágico de Oz usando de sua influência, espalha aos quatro ventos que ela é uma bruxa...e ela começa ser perseguida. Há ainda um triangulo amoroso mal resolvido entre Glinda - Fiyero - Elphaba. Só não vou contar o final porque aí já e demais!
No mesmo ano de 1995 Stephen Schwartz, músico e letrista da Broadway, descobre o livro e decide montar a peça. Amém!
Mas já escrevi demais, e não vou matar vocês de tédio. Amanhã eu falo finalmente sobre as músicas que é o que mais nos interessa!
No one mourns the Wicked...

Postado por Wilson Jr.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Rei Leão & Eu - Parte II (aquela parte mais crítica e tals)


Quando se fala em Rei Leão vem logo na cabeça o desenho da Disney  e a abertura do filme, com a canção “Circle of Life”.  Mas afinal...o que há de tão especial no Musical? Eu explico!
Com composições de Elton John e Tim Rice a primeira montagem ocorreu em Nova York, em 1997. Ganhou 6 Tony Awards em 1998, incluindo melhor Musical. Hoje já está em cartaz em Londres, Paris e até em Tokyo!  A produção estabeleceu novos patamares para a tecnologia teatral, vencendo o desafio de levar para o teatro um hit cinematográfico.
Essa transposição não foi oportunista. A versão dos palcos é uma obra de Arte do entretenimento, atingindo todos os públicos. Sem ser maçante, mescla riqueza de figurinos, engenhosidade cenográfica, qualidade vocal e de atuação. Tudo divertido (as vezes triiiste...) e colorido para converter qualquer herege dos musicais a  fazê-lo se sentir numa savana africana!
De longe trata-se de uma peça voltada somente para crianças. Veja a história: o filho de um rei, sentindo-se culpado pela prematura morte do pai, foge de seu povo. Já no início da fase adulta, reencontra a amiga de infância, pela qual se apaixonará. Esta lhe trás  más notícias: seu povo sofre de fome e tristeza, e ele precisa retornar. Ainda deverá enfrentar a tirania de seu tio, que apossou-se do seu trono, usando como artifício a mentira e culpa incutida na mente do filho do rei. Ganância, crueldade, traição, morte, egocentrismo e amor.  Pare para pensar...é quase uma tragédia grega!
O humor também é bem representado pelos personagens Zazu (conselheiro do Rei), e os simpáticos Timão & Pumba. Sem o contraponto destes pequenos palhaços, seria um suicídio coletivo no teatro!
Assistindo a peça em Londres fiquei simplesmente catatônico. A música que mais me pegou foi “Endless Night”. Nela, Simba expressa sua total falta de esperança, e cobra do pai morto sua promessa de estar sempre ao seu lado, quando precisasse:
“You promised you'd be there
Whenever I needed you
Whenever I call your name 
You're not anywhere”
Também é muito forte a presença do canto africano. No início do segundo ato, mais uma vez o teatro é arrebatado só que agora com "One By One" .
Outro destaque: a expressão corporal dos atores aliada ao figurino.  Acima do rosto de cada ator, há uma espécie de carranca que identifica o seu personagem. A movimentação felina do leões é hipnótica. Sem contar os elefantes e girafas presentes na abertura e finalização da peça. Até as hilárias vilãs hienas impressionam e tem seu momento especial durante a canção Chow Down" ...quando o palco vira quase um show de rock!
Enfim...daria para escrever sem parar!
Deixo vocês com a versão mais bacana que achei da canção "Endless Night". Não é da peça, e sim de uma apresentação especial em Las Vegas.
Lencinhos a postos, é só dar play. Hakuna Matata!




Postado por Wilson Jr.

domingo, 29 de agosto de 2010

Rei Leão & Eu - Parte I (aquela mais brega e intimista)

16 de Maio de 2010, West End – região central de Londres.

LYCEUM THEATRE - Wellington Street, London WC2E 7DA
Nós tínhamos acabado de fazer uma visita panorâmica na cidade. Agora sim: a Abadia de Westminster, o Big Ben, a Torre de Londres...tudo tão lindo! Mas eu ainda ficava pensando numa coisa: eu ia assistir Wicked no dia seguinte! Durante toda a viagem, os dias tinham sido uma grande contagem regressiva e finalmente...estava tão perto!

Fomos deixados por volta das 14:30 h perto do Charing Cross Station. Ai eu pensei...”e se eu tentasse mais uma vez comprar um ingresso pra assistir outro musical?”. Não custava tentar, apesar das negativas que recebi no dia anterior. Então, pedi informações para uma teenager londrina num dos diversos guichês que vendiam ingressos para as peças. [tecla SAP]

- Oi tudo bem...erm...será que eu consigo comprar ingresso para alguma peça hoje ainda?
- Olha...hoje, segunda-feira, só tem peça as 15:00 h, mas a maior parte está esgotado...
- Mas...será que eu não consigo pra nenhuma?
- Bom...eu não tenho mais ingressos. Mas talvez ainda existam ingressos pra assistir Rei Leão. Que começa daqui uns 30 minutos.

O quê ??!! Eu já tinha rodado toda a área na noite anterior. O Lyceum Theatre estava perto...e eu precisava correr! Perguntei a minha amiga se ela queria ir comigo. Ela disse que não. Ok...ela merecia ser enforcada naquele momento, mas eu não tinha tempo e cordas dão trabalho! Me despedi desengonçadamente dela, marquei um ponto de encontro e sai correndo!

Ao chegar na porta do teatro estava uma tremenda muvuca. Me informei...eles ainda tinham ingressos disponíveis! Entrei na fila: eu quero o melhor lugar que você tiver!!! E lá, me esperando um perfeito lugar, bem no meio de uma fileira na platéia. Eu ia assistir Rei Leão!! Eu estava catatônico!

Entrei no teatro meio tonto, peguei o meu lugar. A platéia emanava uma energia positiva difícil de explicar: todos sorriam, se mexiam muito e falavam muito, num grau de excitação conjunta emocionante de se vivenciar...as luzes se apagaram. Gritaria geral. Eu me arrepiei inteiro e já estava à beira do pranto! Ia começar! A cortina subiu. Um sol começava a nascer do centro do palco. As primeiras notas de Circle Of Life foram então entoadas...



No corredor esquerdo surgiu um elefante. No direito, zebras iam pulando em direção ao palco. Todos ao meu redor estavam aos prantos! Incluindo um homem gigante que estava ao meu lado com a esposa! Ah...ninguém me conhecia ali...abri o berreiro também.

Agora, erm...só um minutinho que eu preciso me recompor aqui...preciso de um copo de água para falar racionalmente sobre a peça...

Glup, glup, glup...

Wilson Jr.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

West End...e a estrada de tijolos amarelos

Meu prefácio neste blog será o relato dos meus três dias em Londres.
Vocês vão entender...

15 de Maio de 2010, West End – região central de Londres.


Fui eu mesmo que tirei a foto! Que linda!
Ai caramba...vou chorar de novo!
Chegamos em Londres no final da tarde do dia 15 de Maio. Tudo seria muito rápido, apenas três dias entrecortados para aproveitar a terra da rainha...quanta maldade! Isso exigia determinação. As malas, ofendidas, foram simplesmente largadas no hotel. Mesmo cansados, literalmente corremos até a estação Barking do metrô, que era extremamente longe do nosso destino, a estação Piccadilly Circus.

Ao chegar à estação, depois da árdua tarefa de entender o intrincado metrô de Londres, Joseane e eu já havíamos entrado num acordo. Ela iria perambular pelas cercanias do bairro, conhecendo seus bares e lojas. Eu, estava pronto para a ação. Eu tinha duas horas, um mapa indicando todos os teatros do West End, e uma câmera fotográfica. A viagem toda havia sido decidida de última hora, e seu eu não ia assistir todos os musicais em cartaz ali, pelo menos eu tinha que ver e registrar todas as fachadas dos teatros. Era uma questão de honra e respeito para mim.

   Com o sol começando a perder a força, perto das nove da noite, comecei então a minha pequena saga. Entrei na Shaftesbury Avenue e logo no começo vi surgir a imagem gigante do Les Miserables, em cartaz no Queen´s Theater. Eu nunca, nunca vou esquecer...dei alguns passos mais devagar, olhava para o alto enquanto me aproximava, e algumas pessoas trombavam em mim. Eu abaixei a cabeça...e sem me dar conta comecei a chorar. Aquele momento era a materialização de um sonho. Eu de fato estava no West End - um dos grandes pólos dos musicais do mundo! Algumas pessoas começaram olhar na minha direção sem entender o que estava acontecendo. Eu...ainda meio embasbacado tive que racionalizar aquele sentimento – “Wilson, se toca! Você tem pouco tempo e muitas fotos pra tirar!” Eu enxuguei meu rosto, dei uma risada besta que eu queria muito rever agora, e me senti como se tivesse com 12 anos novamente.

Desembrulhei o mapa de novo e sai correndo pelas ruas de Londres para registrar cada pedaço de sonho que havia ali. Jersey Boys, Mamma Mia, Enron, Oliver, Hair, Woman in Black. A noite caia e as luzes dos teatros começavam a brilhar. Grease, Sweet Charity, Stomp, Avenue Q, Lion King, Chicago, Dirty Dancing, Wicked. Eles estavam em todos os lugares. Nas bancas de jornal, nas propagandas atrás dos ônibus, por todo o metrô. Eu mal me preocupava em saber onde estava o Big Ben ou a Ponte de Londres.

Eu fiz todo o perímetro do West End, chegando novamente ao ponto de partida, a estação Piccadilly Circus. No percurso eu quase fui atropelado umas duas vezes...além de canhoto e atrapalhado, eu não conseguia me habituar de maneira alguma a olhar para o lado inverso antes de atravessar as ruas!

Enfim...eu ainda tinha uns dez minutos antes de me reencontrar com minha amiga e voltar para o hotel. Mesmo cansado e faminto, eu não pensei duas vezes. Entrei novamente na Shaftesbury Avenue. Eu precisava rever o Queens Theater. E ali, o Les Miserables embebido de holofotes, me dizia bye bye e nice to meet you.

Diante do teatro, um Wilson extasiado, meio molhado e feliz...pensava..."...a Fernanda tinha que estar aqui..."

É...eu realmente estava no West End...e só me restavam dois dias.

Wilson Jr.



Próximo post... O Rei Leão & Eu.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Atendendo aos pedidos, tradução de Born in a Trunk

Nascida num Baú
(Lyrics & Music : Leonard Gershe)


"Obrigada, muito obrigada a vocês
Eu não poderia me expressar de qualquer outro modo
Com essa terrível tremedeira em meu coração
Eu não consigo encontrar outra coisa para dizer
Eu estou feliz por vocês terem gostado do show
Sou grata por gostarem de mim
E asseguro a vocês que a homenagem é bastante certa.

Mas se soubessem sobre todos os anos
De esperanças, sonhos e lágrimas
Vocês saberiam que não aconteceu do dia para noite.
Huh! do dia pra noite...

Eu nasci num baú, no Teatro Princess
em Pocatello, Idaho.
Foi durante uma matinê de sexta-feira
e usaram uma toalha de maquiagem como minha manta.
A primeira vez que vi a luz
ela era rosa e âmbar
vinda dos refletores do palco.
Quando meu pai me carregou para lá
para dizer "Olá"
eles me disseram que eu parei o show.

Então eu cresci num mundo louco
nas salas de vestir, nas salas de hotéis, nas salas de espera
e nas salas atrás dos palcos.
E não posso me esquecer das intermináveis linhas
de noites sem dormir e noites sem comer
e noites sem uma moeda nos meus jeans.

Mas está tudo dentro do jogo e no modo como você joga.
E tem que jogá-lo, você sabe.
Quando se nasce num baú, no Teatro Princess,
em Pocatello, Idaho.

Então eu não posso ser simplesmente chamada
de sensação do dia para a noite,
pois tudo começou há muitos anos,
quando nasci num baú, no Teatro Princess,
em Pocatello, Idaho."



Lindo, não? A música completa tem muito mais inserções sobre a vida da personagem. Se quiserem se arriscar, saquem seus lencinhos e vejam o vídeo:




Ok, ok. Devido ao abuso, pagaremos a multa de não citar, mostrar, cantar e louvar Judy pelas próximas 3 postagens.


                                                                                                                                             Fernanda Baggio.

sábado, 14 de agosto de 2010

Comecemos pelos Vaudevilles

Para onde você iria num sábado à tarde se tivesse nascido por volta de 1900 e fosse uma pessoa absolutamente antenada com o circuito cultural ? A resposta é óbvia: se acotovelaria nas filas imensas para os grandes espetáculos de variedades chamados Vaudevilles. Isso se você tivesse a sorte de ter nascido nos EUA, lógico. Se fosse por aqui, você seria um chato envolvido com a Semana da Arte Moderna.

O Vaudeville marcou o entretenimento popular americano após o período da Guerra Civil e fomentou o envolvimento de grandes empresários e herdeiros, que viram nesse tipo de acontecimento um modo lucrativo de se estabelecerem num período de recessão: teatros, artistas, números e ingressos eram praticamente utilizados como moeda de troca. Nascia, na época ainda por extenso, o Show Business.

(Se quiserem mais informações sobre o termo Vaudeville, nos perguntem mais tarde. Não nos aprofundaremos nisso aqui pois não interfere na história geral do gênero. Em resumo, vem de uma referência ao Grande Show de Variedades do Sargento Vaudeville, de onde? Kentucky! Lóóógico.

Os espetáculos aconteciam em grandes teatros nem sempre populares e incluíam, entre várias outras, apresentações de músicos, animais amestrados, engolidores de espada, mágicos, acrobatas, peças teatrais curtas, dançarinos, etc. Os artistas eram itinerantes e ganhavam por número. Eles costumavam rodar os EUA utilizando o trem como meio de transporte para chegar neste ou naquele centro onde o burburinho artístico se fazia em cada momento.

Dando um tempo na teoria, provamos aqui que vocês já tiveram contato com os Vaudevilles. Sim, mesmo no Brasil dos anos 80 e 90. Acreditem! Acontece que os desenhos que assistíamos traziam diversas vezes retratos daquela época e gente, só não sabíamos direito o que era:




Viram só? Vaudeville está no inconsciente coletivo de várias gerações. Betty Boop, por exemplo, era uma típica artista desse desse espetáculo e os desenhos que trazem ela dançando e cantando em palcos de grandes teatros ainda podem ser encontrados facilmente na Internet.

E como todos os artistas, apesar da irmandade que une gente que canta, dança e trabalha arduamente em seus números para comer o pão-de-cada-dia, existiam muitas rivalidades e trocas de farpas. O público realmente definia o que queria ver por meio de aplausos ou vaias e artistas puxados para fora do palco por grandes bengalas eram bem comuns (Ahhh... se lembram disso, né?).

Esses espetáculos foram acabando com a chegada do Cinema. Os grandes teatros tornaram-se salas de projeções e seus artistas mais conhecidos migraram para os estúdios que eram bebês naquele tempo, os demais devem ter morrido de fome ou foram trabalhar em lanchonetes de Los Angeles. Nos anos 40 o cinema era ainda tão ligado à fase de entretenimento Vaudeville que vários de seus filmes musicais tinham enredos por onde circulavam esses heróis que carregavam baús imensos de onde saiam trajes, perucas, instrumentos e plumas cujos talentos são até hoje refletidos em nossos palcos modernos e em nossos filmes de alta tecnologia.

Para finalizar este post, deixamos com vocês um trecho de Easter Parade, em que Judy Garland e Fred Astaire (dois dos artistas nascidos no Vaudeville e que conseguiram se estabelecer nas telas) retratam um pouco dessa época de valor inestimável:







Lição de Casa (anotem na lista "Filmes a Assistir" de seu Moleskine):
- For me and my Gal (1942);
- Cover Girl (1944)
- O Pirata (1948);
- Parada de Páscoa (1948);
- Royal Wedding (1951).

                                                                                 "Então eu cresci num mundo louco
                                                                                  nas salas de vestir, nas salas de hotéis, nas salas de espera
                                                                                  e nas salas atrás dos palcos.
                                                                                  E não posso me esquecer das intermináveis linhas
                                                                                  de noites sem dormir e noites sem comer
                                                                                  e noites sem uma moeda nos meus jeans.

                                                                                  Mas está tudo dentro do jogo e no modo como você joga.
                                                                                  E tem que jogá-lo, você sabe.
                                                                                  Quando se nasce num baú, no Teatro Princess,
                                                                                  em Pocatello, Idaho."

                                                                                                                Born in a Trunk, de Leonard Gershe.



                                                                   

                                                                                                                                            Fernanda Baggio
                                                                

terça-feira, 10 de agosto de 2010

The beginning

When you look back, remember...this is especially for me and my gal. Come...take my hand little girl and let's have fun together...after all, we deserve it.




Wilson Jr.

10-08-10