domingo, 26 de setembro de 2010

"Something has changed within me, Something is not the same..."

Nosso primeiro contato com Wicked foi através do seriado Glee, que um dia vai ganhar um post especial por aqui.  Foi no episódio que o Kurt canta Defying Gravity. Daí foi um pulo para o youtube e descobrir a Idina Menzel, cantando a mesma música na entrega do Tony Awards. Fuçando, descobrimos então o Wicked!

Pronto...nós iríamos começar a atormentar a vida das pessoas que nos cercam falando o quanto Wicked é legal, o quanto as músicas são fantásticas, a ponto de transformar esse fanatismo em blog, tatuar motivos da peça pelo corpo e cantar alto a músicas no carro assustando pedestres desavisados pelas ruas paulistanas.
Logo em seguida eu ganhei de aniversário da Fer o Cd da trilha sonora...eu estava indo para a casa da minha mãe no interior. Não deu tempo de baixar as músicas para o meu Ipod - pânico - resultado: eu de fone o tempo inteiro lá em Paraguaçu, colado no rádio, ouvindo os berros da minha mãe: “Mas que infeeeerno, você nunca vem pra cá...quando vem fica ai, com esse fone!!”
Calma mãe!
Eu fiz aqui uma seleção das músicas que mais gosto, para facilitar. Quem sabe minha mãe entra aqui, e me entende...So let’s go!
Acho “No one Mourns the Wicked” fantástica! É a primeira canção. Mostra o ódio dos moradores de Oz em relação a Elphaba, e o desdém ao saber que ela esta morta. Ninguém irá chorar sua morte solitária:



Popular é a canção através da qual Glinda, com seu jeito pouco convencional...tenta ensinar a Elphaba ser...popular. É hilário! Aqui, a versão clássica Kristin Chenoweth e Idina Menzel, que fizeram a dupla no primeiro elenco da Broadway:

Defying Gravity é a nossa preferida! É o ponto de virada da Elphaba. Basicamente...ela cansou de ser feita de idiota, e decide tomar as rédeas da situação. “E ninguém, em toda Oz, nenhum mágico que existe ou existiu, vai um dia me destruir” (tradução livre...). Para quem participa de eventos conosco, se tiver sorte, assistirá nossa versão. Quem viu, aprovou – considero gargalhadas, algo positivo ok?

Em Good Deed Fiyero é levado pelos guardas do Mágico de Oz. Eplhaba em desespero procura um feitiço que o possa proteger, mesmo sem saber o que esta lendo. Segue a versão com a Eden Espinosa. É de arrepiar!

E para fechar, For Good. É o último encontro entre Glinda  e Elphaba. Particularmente essa música tem muitos signifcados para mim. Muito mais do que falar sobre amor/amizade, ela discorre sobre como nossa vida pode ser mudada e reescrita pelas mãos das pessoas que passam por ela...ah, é lindo vai! Achei um cover muito bem feito. Vale espiar:


Ficou um pouquinho curioso? Que bom! Tem muitas outras músicas lindas, e muitas outras Elphabas e Glindas para explorar. Mãos a obra!
Vai Fer, agora é com você!

Até!

Postado por Wilson Jr.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Willcked! Entendendo a saga da nossa bruxa verde!


Wicked & Will
Rejeição e não afeto.  Preconceito e não compreensão.  Injustiça embalada pelo silêncio coletivo.  Sentimento de inferioridade e o peso do desprezo. Mentiras e rivalidades. Nós nascemos loucos ou a loucura nos é implantada pelo ambiente que nos cerca? Nossa querida Elphaba é muito mais que uma bruxa má e verde. Ela é nosso grito que não fica preso. Ela é o grito que sai em forma de música.
Tudo começou quando o escritor Gregory Maguire escreveu o livro Wicked – Life And Times Of The Wicked Witch of The West, em 1995. Através dele, o autor tenta explicar como a famosa bruxa má do Oeste (aquela do Mágico de Oz, sabe? “I’m melting, meeelting!”)  se tornou má. Parece bobo falando assim...mas ele foi genial! Com base no já conhecido universo de Oz de L. Frank Baum, ele traça toda história da Elphaba dando a ela densidade dramática. Há também uma crítica contundente à conquista do poder político a qualquer custo, representado na figura do Mágico de Oz.
Resumidamente: A Elphaba nasce verde e é rejeitada desde o início. Os estudos tornam-se para ela um refúgio. Ao completar dezoito anos, ela consegue realizar o sonho de ir para Universidade de Shiz. Ao chegar lá, além de sentir o racismo de todos...ainda é obrigada a dividir o quarto com a Glinda – loira e popular, seu extremo oposto.
Ao perceber o talento da Elphaba para a arte da magia, Madame Morrible, diretora da universidade, a leva para conhecer o Mágico de Oz. Neste meio tempo, ela e Glinda se tornam amigas e ambas apaixonam-se por Fiyero. Ao encontrar o mágico, Elphaba percebe que foi usada. Fazendo-a ler um feitiço que não conhecia, ela cria contra sua vontade, um exército de macacos voadores. Aí é ladeira abaixo!
Ela surta e fica “Wicked”! Há ai um forte mote político, pois o Mágico de Oz é uma espécie de líder de um movimento que pretende exterminar os Animais (assim, com letra maiúscula) do convívio social. Os Animais são seres dotados de inteligência humana, mas são antropozoomórficos (Ui! Seres que na sua forma misturam características humanas e animais).
A Elphaba se torna uma espécie de insurgente. O Mágico de Oz usando de sua influência, espalha aos quatro ventos que ela é uma bruxa...e ela começa ser perseguida. Há ainda um triangulo amoroso mal resolvido entre Glinda - Fiyero - Elphaba. Só não vou contar o final porque aí já e demais!
No mesmo ano de 1995 Stephen Schwartz, músico e letrista da Broadway, descobre o livro e decide montar a peça. Amém!
Mas já escrevi demais, e não vou matar vocês de tédio. Amanhã eu falo finalmente sobre as músicas que é o que mais nos interessa!
No one mourns the Wicked...

Postado por Wilson Jr.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Rei Leão & Eu - Parte II (aquela parte mais crítica e tals)


Quando se fala em Rei Leão vem logo na cabeça o desenho da Disney  e a abertura do filme, com a canção “Circle of Life”.  Mas afinal...o que há de tão especial no Musical? Eu explico!
Com composições de Elton John e Tim Rice a primeira montagem ocorreu em Nova York, em 1997. Ganhou 6 Tony Awards em 1998, incluindo melhor Musical. Hoje já está em cartaz em Londres, Paris e até em Tokyo!  A produção estabeleceu novos patamares para a tecnologia teatral, vencendo o desafio de levar para o teatro um hit cinematográfico.
Essa transposição não foi oportunista. A versão dos palcos é uma obra de Arte do entretenimento, atingindo todos os públicos. Sem ser maçante, mescla riqueza de figurinos, engenhosidade cenográfica, qualidade vocal e de atuação. Tudo divertido (as vezes triiiste...) e colorido para converter qualquer herege dos musicais a  fazê-lo se sentir numa savana africana!
De longe trata-se de uma peça voltada somente para crianças. Veja a história: o filho de um rei, sentindo-se culpado pela prematura morte do pai, foge de seu povo. Já no início da fase adulta, reencontra a amiga de infância, pela qual se apaixonará. Esta lhe trás  más notícias: seu povo sofre de fome e tristeza, e ele precisa retornar. Ainda deverá enfrentar a tirania de seu tio, que apossou-se do seu trono, usando como artifício a mentira e culpa incutida na mente do filho do rei. Ganância, crueldade, traição, morte, egocentrismo e amor.  Pare para pensar...é quase uma tragédia grega!
O humor também é bem representado pelos personagens Zazu (conselheiro do Rei), e os simpáticos Timão & Pumba. Sem o contraponto destes pequenos palhaços, seria um suicídio coletivo no teatro!
Assistindo a peça em Londres fiquei simplesmente catatônico. A música que mais me pegou foi “Endless Night”. Nela, Simba expressa sua total falta de esperança, e cobra do pai morto sua promessa de estar sempre ao seu lado, quando precisasse:
“You promised you'd be there
Whenever I needed you
Whenever I call your name 
You're not anywhere”
Também é muito forte a presença do canto africano. No início do segundo ato, mais uma vez o teatro é arrebatado só que agora com "One By One" .
Outro destaque: a expressão corporal dos atores aliada ao figurino.  Acima do rosto de cada ator, há uma espécie de carranca que identifica o seu personagem. A movimentação felina do leões é hipnótica. Sem contar os elefantes e girafas presentes na abertura e finalização da peça. Até as hilárias vilãs hienas impressionam e tem seu momento especial durante a canção Chow Down" ...quando o palco vira quase um show de rock!
Enfim...daria para escrever sem parar!
Deixo vocês com a versão mais bacana que achei da canção "Endless Night". Não é da peça, e sim de uma apresentação especial em Las Vegas.
Lencinhos a postos, é só dar play. Hakuna Matata!




Postado por Wilson Jr.